Ex-presidente teve prisão determinada pelo juiz Sérgio Moro, que havia dado até às 17h desta sexta-feira (6) para o petista se entregar à Polícia Federal
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou a discutir junto aos seus advogados os detalhes para se entregar à Polícia Federal após ter pedido de habeas corpus rejeitado pelo ministro Félix Fischer , relator da Lava Jato no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O trâmite para a rendição do ex-presidente é orquestrado pela equipe da PF em São Paulo. A informação foi confirmada à Reportagem por representante da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal.
O prazo dado pelo juiz federal Sérgio Moro para o ex-presidente se entregar voluntariamente se esgotou às 17h desta sexta-feira (6). No entanto, desde que o despacho do juiz de Curitiba foi publicado, no fim da tarde dessa quinta-feira (5), lideranças do PT vinham aconselhando Lula a não se entregar.
Em entrevista à Globonews , o delegado Luis Antônio de Araújo, presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, disse que a prisão do ex-presidente não se dará imediatamente só porque o prazo dado pelo juiz Moro se exauriu. A Justiça Federal no Paraná também informou que Lula não é considerado foragido. “A ordem foi publicada e tem que ser cumprida. A Polícia Federal vai tratar de cumprir da melhor forma, mas vai depender desse ajuste com a defesa”, afirmou o delegado Araújo.
Condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex no Guarujá (SP), Lula passou a noite na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Do lado de fora do prédio, apoiadores e integrantes de movimentos sociais fizeram uma vigília contra a prisão do líder petista. Existe a possibilidade de o ex-presidente fazer pronunciamento no carro de som postado em frente ao sindicato, mas isso ainda é incerto.
“Moro deu a opção de Lula ir a Curitiba, mas ele escolheu ficar em um endereço público. Resolveu ficar no lugar símbolo de resistência e luta dos trabalhadores e trabalhadoras”, bradou a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR) aos militantes. “Não espere que a gente caminhe para o brete de cabeça baixa, como em um matadouro. É aqui que estamos e ficaremos para mostrar ao Brasil a nossa luta”, completou.
Acompanhe abaixo, ao vivo, a manifestação contra a prisão de Lula:
A defesa do ex-presidente se movimentou em duas frentes para evitar o cumprimento da ordem de prisão do juiz Moro. Os advogados de Lula foram ao Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra, para pedir uma liminar para que o governo brasileiro impeça a prisão do ex-presidente até o exaurimento de todos os recursos jurídicos disponíveis.
Em outra frente, a defesa apresentou também um pedido de habeas corpus junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando que a ordem de prisão é ilegal, uma vez que o caso do petista ainda não foi encerrado junto ao Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF-4). O pedido, no entanto, foi rejeitado pelo ministro Félix Fischer, relator da Lava Jato no STJ .
A decisão do juiz Moro, no entanto, se amparou em ofício enviado pelo presidente do TRF-4, desembargador Leandro Paulsen, afirmando que já houve o “exaurimento da jurisprudência” da ação do caso tríplex naquela Corte. A defesa de Lula, por outro lado, diz que ainda poderão ser apresentados embargos de declaração sobre os embargos de declaração já rejeitados.
Além dos pedidos apresentados pela defesa de Lula, ao menos três recursos em habeas corpus contra a prisão do ex-presidente foram protocolados no Supremo Tribunal Federal (STF) por pessoas não relacionadas ao petista.
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